Realizamos uma pesquisa no BucoMaxiloFacial com a pergunta supracitada. Existiram 98 respostas, sendo que cada leitor só pôde responder uma vez. Vejam o resultado abaixo:
De acordo com Malamed : “A membrana nervosa é o ponto em que os anestésicos locais exercem suas ações farmacológicas. Foram promulgadas muitas teorias, no transcorrer dos anos, para explicar o mecanismo de ação dos anestésicos locais.
A teoria da Acetilcolina (que obteve 11% dos votos na nossa pesquisa) afirmava que a acetilcolina estava envolvida na condução nervosa, além de seu papel como neurotransmissora nas sinapses nervosas.No entanto, não há evidências de que a acetilcolina esteja envolvida na transmissão neural ao longo do corpo do neurônio.
A teoria do deslocamento do cálcio, sustentava que o bloqueio nervoso dos anestésicos locais era produzido pelo deslocamento de cálcio de algum ponto da membrana que controlasse a permeabilidade do sódio. Evidências de que a variação da concentraçÃo de íons cálcio banhando um nervo não afeta a potência dos anestésicos locais diminuiram a credibilidade desta teoria. O interessante é que Malamed cita que essa teoria era popular o que é visualizado nesta pesquisa de opinião, já que 32% dos leitores votou nela (segunda mais votada).
A teoria das cargas de superfície (12% dos votos) propunha que os anestésicos locais atuassem por ligação à membrana nervosa e mudança de potencial elétrico na superfície da membrana. Moléculas catiônicas (RNH+) era alinhadas na interface membrana-água e, como algumas das moléculas dos anestésicos locais carregavam uma carga positiva resultante, tornavam o potencial elétrico na superfície da membrana mais positivo, assim diminuindo a excitabilidade do nervo por aumento do potencial de limiar. Evidências atuais indicam que o potencial de repousa da membrana nervosa não se inaltera com anestésicos locais (eles não se hiperpolarizam) e que os anestésicos locais convencionais atuam dentro dos canais de membrana e, não na superfície da membrana. Igualmente, a teoria das cargas de superfície não consegue explicar a atividade das móleculas de anestésico sem carga para bloquear impulsos nervosos (por exemplo a benzocaína).
As teorias da expansão da membrana e a do receptor específico, recebem um certo crédito atualmente. Porém, das duas, a teoria do receptor específico é mais amplamente sustentada.
A teoria da expansão da membrana (8% dos votos) declara que as moléculas de anestésico local se difundem para as regiões hidrofóbicas das membranas excitáveis, produzindo um distúrbio geral da estrutura da membrana, expandindo-se para algumas regiões críticas na membrana e impedindo um aumento da permeabilidade aos íons sódio (Na+). Os anestésicos locais que são altamente lipossolúveis podem penetrar facilmente na parte lipídca da membrana celular, produzindo uma alteração na configuração da matriz lipoprotéica da membrana nervosa. Isto resulta numa diminuição do diâmetro dos canais de sódio, o que leva a uma inibição da condutância de sódio e da excitação neural. A teoria da expansão da membrana serve a uma possível explicação para a atividade anestésica local de uma droga como a benzocaína, que não existe na forma catiônica, embora ainda exiba atividade anestésica tópica potente. Foi demonstrado que as membranas nervosas, de fato, expandem-se e tornam-se mais “fluidas” quando expostas a anestésicos locais. No entanto, não há evidência direta de que a condução nervosa seja inteiramente bloqueada pela expansão da membrana em si.
A teoria do receptor específico, a mais favorecida hoje (e que recebeu maior parte dos votos em nossa pesquisa – 37% – propõe que os anestésicos locais atuam por ligação com receptores específicos no canal de sódio. A ação da droga é direta, não mediada por alguma alteração nas propriedades gerais da membrana celular. Estudos bioquímicos e eltrofisiológicos têm indicado que existe um sítio receptor específico para anestésicos locais no canal de sódio em sua superfície externa ou na superfície axoplásmica interna. Uma vez que o anestésico local tenha ganhado acesso aos receptores, diminui ou é eliminada a permeabilidade aos íons sódio, e a condução nervosa é interrompida.
A pesquisa de opinião contabilizou 98 votos. O BucoMaxiloFacial agradece a todos pela participação.
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Dr. Mário Serra Ferreira
Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
Especialista em Implantodontia
Mestre em Odontologia
Professor Diagnóstico e Cirurgia Bucomaxilofacial UniEvangélica