terça-feira, 5 de abril de 2011

Operação dupla de Cheever’s

 

A primeira osteotomia tipo Le Fort I foi realizada pelo Cirurgião David Williams Cheever em 1870.  image

O primeiro artigo escrito por Cheever relatando a utilização de uma osteotomia maxilar foi publicado em 1867 e apresentava um caso de ressecção de pólipo naso-faríngeo. No entanto, esta osteotomia foi realizada de maneira unilateral (como faziam os Franceses e Alemães).

  O paciente tinha 18 anos com história de epistaxe por 02 anos, obstrução nasal. Para esta cirurgia Cheever comenta sobre o acesso:

“...here was a young man with a healthy jaw and
perfect teeth, and the disease wholly behind it. Could
a portion of the jaw be saved? or even the whole
replaced? I decided to make a horizontal section of
the jaw; depress it, saving all the attachments of the
soft parts possible; see if the tumor could thus be
reached; and, if practicable, to replace the jaw, and
try to save it.”

A Osteotomia era realizada com acesso extra-oral (o que deixava o paciente com cicatriz na região do sulco labial) , conforme visualizamos abaixo:

imageimage

Osteotomia utilizada no caso                    Fotografia do paciente já recuperado

Em 1869, Cheever revisou sua primeira cirurgia e apresentou um segundo caso de um fazendeiro de 41 anos com história de 11 anos de crescimento na cavidade nasal posterior e epistaxe. Ao exame físico, as duas narinas encontravam-se ocluídas e havia um tumor no palato de tamanho considerável. Existia dificuldade na deglutição, respiração e articulação. Cheever decidiu operar utilizando a osteotomia bilateral (pela primeira vez na história). E segue o relato do cirurgião:

“With a narrow saw the body of the bone was
divided from the tuberosity, forward, beneath the
zygoma on each side into the middle meatus. The
septum nasi and the vomer were divided with strong
scissors. Nothing but the posterior attachments of the
upper maxillae now prevented their depression; and
hinging on the pterygoid processes, the upper jaw
was brought down so as to expose the tumor.”

Infelizmente a condição do paciente era grave e o paciente faleceu no quinto dia de pós-operatório.

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Incisão cutânea e o esquema da primeira osteotomia tipo Le Fort I

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Visão operatória do campo cirúrgico

Após alguns estudos referentes a irrigação da região, a técnica foi tornando-se mais apurada, sendo realizada hoje com incisão intrabucal.

Maiores detalhes e informações, indico o artigo publicado no Journal of Plastic and Reconstructive Surgery (Halvorson EG & Mulliken JB) • Abril 2008. Informações, imagens e texto capturei de lá…

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3 comentários:

  1. Agradeço pela visita Fabiano....
    Grande abraço e volte sempre.

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  2. Realmente muito interessante, sempre pensei que uma osteotomia como a Le Fort I fosse um procedimento mais atual.

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Dr. Mário Serra Ferreira
Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
Especialista em Implantodontia
Mestre em Odontologia
Professor Diagnóstico e Cirurgia Bucomaxilofacial UniEvangélica